Memória

Além de ser um dos artistas brasileiros de maior sucesso internacional de todos os tempos, Mendes gravou, ao todo, 35 álbuns, já foi indicado ao Oscar e ganhou um Grammy e dois Grammys latinos ao longo de sua carreira

Por: Ana Beatriz Dias, da CNN

Imagem: Sergio Mendes, em apresentação no Palco Sunset do Rock in Rio, em 2015 — Foto: Bárbara Lopes/Agência O Globo

O músico Sergio Mendes morreu nesta sexta-feira (6), aos 83 anos. Além de ser um dos artistas brasileiros de maior sucesso internacional de todos os tempos, Mendes gravou, ao todo, 35 álbuns, já foi indicado ao Oscar e ganhou um Grammy e dois Grammys latinos ao longo de sua carreira.

Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, no ano de 1941, Sergio estudou música clássica e ainda muito novo, formou um grupo de “aficionados” por jazz, além de liderar grupos musicais, com diferentes formações como trios, quartetos e quintetos.

No começo da década de 1961, a bossa nova começa a surgir e Sergio enxerga uma possibilidade para formar o “Bossa Rio Sextet”, que acaba se tornando muito popular na cena musical da época em todo o Brasil. Neste mesmo sexteto, o músico grava um LP, intitulado “Você Ainda Não Ouviu Nada” com arranjos de Antonio Carlos Jobim, o Tom Jobim.

Depois disso, ele é contratado por uma empresa têxtil e viaja com o seu grupo, fazendo shows como banda de abertura de desfiles de moda na Europa, Oriente Médio e Japão. Ainda no exterior, Sergio vai à Nova York em 1962 para participar do prestigioso Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, que também contou com nomes como João Gilberto, Tom Jobim, Stan Getz e Charlie Byrd, entre outros.

Logo depois, ele se muda para a Califórnia e amplia sua agenda de contatos. Com o músico Herb Albert, ele produz o primeiro LP “Brasil 66”, que se torna um sucesso imediato nas paradas de sucesso do mundo. É nesse período, que “Mas Que Nada”, escrita por Jorge Ben, se torna a primeira música, cantada inteiramente em português, a atingir o top 5 na parada pop da revista Billboard nos Estados Unidos.

Com isso, ele acaba ganhando ainda mais notoriedade no cenário internacional e começa a participar de vários programas de variedades e especiais de TV. Em 1967, ele faz a sua primeira longa turnê com Frank Sinatra e posteriormente, no Japão, onde se tornou uma parada obrigatória em seu itinerário, tendo feito mais de 30 turnês naquela área.

Nos anos seguintes, ele se apresenta na Casa Branca, volta a realizar uma turnê com Sinatra e produz discos para vários artistas, incluindo o cantor Gilberto Gil. Em 1993, ele recebe um Grammy por seu disco “Brasileiro” e em 2006, lança o álbum “Timeless”, que inclui um elenco de peso como The Black Eyed Peas, Stevie Wonder, Justin Timberlake, entre outros.

Além de suas contribuições na música, Sergio Mendes ainda deixou sua marca na indústria cinematográfica, isso porque, em 2011, ele atuou como produtor musical executivo da animação “Rio”, além de emprestar a sua voz a um dos personagens do filme. Trabalho que no ano seguinte, foi indicado ao Oscar como Melhor Canção Original.

Em 2015, além de uma turnê completa de shows ao redor do mundo, Sergio e sua banda tocaram para mais de 100 mil fãs no Rock in Rio, no Rio de Janeiro. Já no ano seguinte, ele deu a sua contribuição para celebrar a Olimpíada de 2016 com a canção “Se Liga Ae”, em contribuição com Baby do Brasil e Rogério Flausino.

Nos últimos anos, Sergio Mendes lançou um documentário sobre sua vida, que também inspirou um CD com o mesmo nome: “Sergio Mendes: In the Key of Joy”, disponível no catálogo da Prime Video. Assista ao trailer abaixo:

 

Mendes deixa a esposa, a cantora Gracinha Leporace, e cinco filhos. A causa de sua morte, ainda não foi divulgada.