Uma reflexão sobre o uso da música como recurso didático e fonte histórica no ensino sobre os governos militares no Brasil. Este é o objetivo central do livro “Censura, Música e Resistência: Os governos militares brasileiros na sala de aula de História”, escrito pelo professor, escritor e advogado João Maria Fraga.
A obra será lançada no próximo dia 1º de agosto, às 19h, no Landara Hall, em Tirol.
Com o intuito de motivar os estudantes nas aulas de História, o autor escolheu a linguagem musical como instrumento didático-pedagógico. Essa experiência foi realizada com turmas do 3º ano do ensino médio no Colégio Marista de Natal, e a pesquisa teve como base a construção de sua dissertação no mestrado em ensino de História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“Através da música, os estudantes são convidados a refletir sobre a resistência e os desafios enfrentados durante os governos militares, promovendo uma compreensão mais profunda desse período histórico e suas implicações na sociedade brasileira”, avalia João Maria Fraga que busca, com a obra, oferecer aos educadores uma alternativa didática inovadora para abordar um período tão importante da história brasileira.
A indagação que impulsionou a pesquisa foi: como utilizar a música como recurso didático e documento histórico nas aulas de História? Durante o estudo, foi analisado o contexto político, econômico, social e cultural do Brasil, levando em consideração seis canções escolhidas pelos alunos.
As músicas selecionadas foram: “Opinião” (1964) de Zé Kéti; “Pra não dizer que não falei das flores” (1968) de Geraldo Vandré; “É proibido proibir” (1968) de Caetano Veloso; “Cálice” (1973) de Chico Buarque; “O Bêbado e o equilibrista” (1979) de Aldir Blanc e João Bosco; e “Vai passar” (1984) de Chico Buarque. Essas canções foram escolhidas dentro de um recorte cronológico baseado na censura ocorrida durante o período dos governos militares, que compreendeu de 1964 a 1985.
Dessa forma, os 21 anos de governos militares são apresentados em três fases: do golpe civil-militar em 1964 até a edição do AI-5 em 1968; da entrada em vigor do AI-5 em 1968 até sua revogação em 1978; e da revogação do AI-5 até as eleições de Tancredo/Sarney em 1985. O objetivo era criar uma sequência de seis aulas utilizando a metodologia proposta por Miriam Hermeto.
Para o autor, “Censura, Música e Resistência: Os governos militares brasileiros na sala de aula de História” é uma obra que visa enriquecer o ensino de História, “despertando o interesse dos alunos e estimulando o pensamento crítico acerca desse importante capítulo da história do Brasil”.