“(…) Eu sou do oco do mundo
Não perdi, nem achei
E sempre rimarei
Com nada e com tudo (…)
Paulo Diniz
Recebi via chat do Instagram, por parte do advogado Cadu Paiva, um “carrossel” – um estilo de publicação na famosa rede social – que na foto de abertura aparecem duas pessoas. Uma você conhece de imediato, que é o cantor e compositor Paulo Diniz, o outro só lendo para saber sua identidade.
Ao abrir a publicação você se depara com o texto da Radio Novelo chamando a atenção para a história de Mariama Correia e sua relação com o pai por intermédio da obra e vida de Paulo Diniz.
A partir dali, da leitura do pequeno texto (que vou reproduzir abaixo) é um “piscar de olhos” para ir correndo ouvir o podcast intitulado “Romarias”, que apresenta duas histórias distintas, com cerca de meia-hora cada. A primeira meia-hora é dedicada a Diniz:
“A Mariama Correia cresceu ouvindo as músicas do Paulo Diniz em casa. Mais do que isso, ela cresceu ouvindo o pai dela, o Juareiz Correya, narrar uma grande viagem que ele fez com o Paulo Diniz. Só que ela nunca tinha entendido muito bem como as pecinhas dessa história se encaixavam. O que guiou essa aventura, como eles faziam pra se virar na era pré-GPS, o que essa andança toda significou pra eles… Até que ela resolveu montar esse quebra-cabeça.
Ouça o episódio “Romarias”, do Rádio Novelo Apresenta. Disponível dos principais apps de áudio e no site da Novelo (https://radionovelo.com.br/).”
Meu dilema ao escrever esse texto é não dar spoiler sobre essa verdadeira aventura entre o cantor Paulo Diniz e seu inusitado e inesperado futuro amigo e parceiro de composições, o poeta Juareiz Correya.
Porém, o que posso afirmar é que Paulo Diniz está muito além daquela coletânea que nosso pai colocava na vitrola nos fins de semana, tomando suas cervejas ou cachaça, recheado de belas canções como Um Chope pra Distrair, Pingos de Amor, As Estradas, O Meu Amor Chorou e a conhecidíssima José, poema musicado de autoria de Carlos Drummond de Andrade.
Para a Laura Aidar, arte-educadora, fotógrafa e artista visual, José “ilustra o sentimento de solidão e abandono do indivíduo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar.”
A meu ver, sentimentos estes que mobilizaram Diniz a fazer uma viagem para dentro de si, levando a tiracolo Juareys, e rendendo uma excelente parceria no disco lançado em 1976 e batizado de “Estradas”, que eleva o Paulo Diniz a um outro patamar, um Paulo além dos que a gente conhecia por sua fama com José.