Dia do Rock

A cidade tem o que comemorar no Dia do Rock. Tem bandas para todos os gostos. Covers e autorais, bares e festivais

Por: William Robson, editor

Imagem: Os caras do Unokkai/Divulgação

Dia 13 de julho é celebrado o Dia do Rock e Mossoró, assim como o Brasil, vive uma efervescência. Bandas estão surgindo (e o que é melhor, com músicas autorais) e outras tantas covers ganham espaço na cidade. Aliás, espaço é o que não está faltando. O rock sempre teve seus altos e baixos. Agora, sente-se a retomada.

A banda Caixa Pop

O rock já passou do 16º estilo mais ouvido no país em 2022 para a terceira colocação no primeiro semestre deste ano, segundo Spotify. Bandas como Linkin Park, Red Hot Chili Peppers, Arctic Monkeys, Pink Floyd e Imagine Dragons estão entre as mais ouvidas. Em Mossoró, a agenda de alguns nomes locais estão sempre lotadas. Todos os finais de semana são corridos para grupos como a Robinzband, Doutor Zé, Banda H e Alfredo e os Caras.

A Robinzband, que se apresenta nesta quinta-feira (13) no Rota 66, tem mais dez apresentações agendadas somente este mês de julho (e contando…). A TCM, por sua vez, lembra a data com a reapresentação da live do grupo, às 20h30.

Doutor Zé, Caixa Pop, Ris, Rádio Moscow e Alfredo e os Caras seguem a mesma toada. Com shows que acontecem em locais que estão se tornando o point dos roqueiros. Não tem uma semana que Cervejaria Cabocla (Avenida Alberto Maranhão, Alto da Conceição) não dedique um dia sequer ao estilo. O local ainda abre espaço para ensaios, que acabam virando shows, e sedia festivais como o RockStage, de metal extremo.

“Temos notado um avanço na oferta de espaços de rock na cidade, coisa que estava escassa há pouco tempo”, disse o vocalista da Alfredo, Assis Neto, que também é produtor musical e promoverá show com a banda recifense Write Love, em evento vintage sobre o Orkut, no dia 21 no Boulevard.

Além da Cabocla, o Rota 66, o citado Boulevard e o MossoHell se destacam por abrigarem a cena roqueira mossoroense. O som melhorou de qualidade e a estrutura oferecida pelos bares também. O cachê, por sua vez, nem tanto, variando de banda para banda.  As mais solicitadas são as mais caras. As independentes, como nas antigas garage bands, tocam pela necessidade de apresentarem seus projetos.

 

INDIES

O Godhound, mostrando o novo trabalho elogiado até pela Road Crew

No entanto, não é apenas o covers que faz reviver o rock de Mossoró. Bandas de altíssima qualidade arrebanham público fiel, gravam singles e discos e participam em festivais até em outros Estados. É o caso do Mess de Cage (que o BDD destacou), com álbum homônimo lançado em 2022 e com pegada que bebe numa mistura de Green River mais límpido com Smashing Pumpkins, com adição de forte elementos da psicodelia.  “Fucked Head” dá o tom da pegada do duo.

Unokkai, por sua vez, se uniu ao Mess para a turnê “In Fuzz W eTrust” pelo Nordeste.  O périplo foi iniciado nesta quarta-feira (12) em Mossoró e só será concluído no dia 30, em Recife (PE).

A banda Black Witch, destaque do festival DoSol

Falando nas indies locais, não é possível esquecer do Black Witch, banda com destacada influência do doom (no som que pode ser ouvido observando o andamento e a frequência suja das guitarras, beliscando o gótico, mas com fortes elementos stoner), que foi reverenciada no último festival DoSol Interior. Aliás, quem esteve no MossoHell no último 27 de maio, testemunhou a reunião dos principais nomes da cena em Mossoró. Lasting Maze, Sertão Sangrento, Sangre o Sistema foram algumas atrações. Porém, um dos pontos altos foi a sonoridade emanada pelo Ocular Jack, com seu rock à la grunge cru recheado de atitude e potência.

Capa do álbum do Mess the Cage

Toca Fita de Corcel, Jubarte Ataca, Void Tripper e Mad Grinder também correm por fora. Bandas clássicas como o Inattentive e até o blues do Bluesthunder merecem ser citados. Assim como o Godhound, com disco novo na praça (“Refueled”), quebrando barreiras e indo parar nas páginas da Road Crew.

Mossoró tem o que comemorar no Dia do Rock. Tem bandas para todos os gostos. Tem os veteranos dos Tremendões aos amantes dos clássicos como Caixa Pop, e Robinzband, até o rock nacional da Banda H, do Corcel 73 e do Alfredo e os Caras (esta, vale frisar, carrega uma bagagem de músicas autorais desde quando se chamava Garagem 31). Pois é. Temos  bastante coisa. Rock it!