Luciano Elias é um entusiasta do som pesado. É tão dedicado, que enfrenta as adversidades de um mercado que sofre a pressão das mídias digitais. A Rising Records, única loja especializada no estilo, é um forte jequitibá que resiste há 22 anos. Consegue se manter atendendo a um público específico, que chega junto quando a coisa aperta. E lá se vão duas décadas. O aniversário da loja, celebrada neste sábado (15) vai contar com a presença de músicos e pocket show, a partir do meio-dia. Entre as participações, estão Patrick Raniery e Márcio Rangel, João Paulo, Allan Stephane e Godhound.
O BDD aproveitou para conversar com o Luciano, sobre as perspectivas para o ramo, em meio a atenção a um público de nicho. além dos novos projetos.
Como você vê a venda de discos em Mossoró no atual momento e, sobretudo, para um público específico como o seu?
Em Mossoró e, em específico para um público de rock em geral, heavy metal, temos atuado em atuar com encomendas. Muita coisa que não tem na loja, a gente pede quando solicitado pelo pessoal. Desde 2007 a 2019, a venda de mídia física teve uma média de 30%. Depois, sentimos uma queda mais acentuada na procura. Naquele período de baixa, a venda de vinis era até boa, mas caiu agora. O aumento foi na procura por CD e um público retrô tem buscado as fitas cassetes, aquelas fitinhas que ficaram muito populares nos anos 80.
E está conseguindo atender esta demanda?
Surgiram algumas fábricas no Brasil que produzem as fitas, além de pequenas gravadoras que fazem as “handmade”, as fitas caseiras, mas com qualidade profissional. Em geral, a mídia e o público específico ainda existem. É um nicho mais restrito. Com a chegada do streaming, um grande público deixou de consumir a mídia física, mas o bom também é que muita gente escuta o streaming, conhece a banda e vem na loja procurando a mídia física dela.
Já pensou em diversificar a loja, oferecendo outros produtos agregados como camisetas, cerveja, promover eventos para manter o perfil da Rising ?
Já começamos com as camisetas das principais marcas de rock. Agora estamos experimentando cervejas e outras bebida para incrementar. E com o Rock Sessions será o nosso segundo evento, em formato acústico, além de outros, como as “cervejadas”, que sempre organizamos aqui, e alguns filantrópicos também.
Você vê um ressurgimento do vinil para as bandas de som pesado?
A gente vê uma demanda e as bandas estão percebendo. Há fábricas que fazem tiragem mínima de 300 cópias e as bandas começam a fazer projetos neste sentido até na pré-venda. Isso garante 50% do faturamento e garante o lançamento. Eu tô falando das undergrounds. As grandes nunca deixaram de lançar vinil. E tem muitos sites que estão oferecendo também. Espero que o mercado reaqueça ainda mais.
Há uma procura neste sentido também em CD?
CD é um pouco maior que vinil. Neste mercado de rock há muitos lançamentos. Cada semana, tem 15, 20 lançamentos e relançamentos. E a procura acaba sendo boa neste sentido.