Entrevista

O músico Júnior Eterno está prestes a mostrar um novo trabalho que traz as fortes influências do rock nacional. Versátil, finaliza quatro músicas que conta com a força do rock da cidade potiguar de Umarizal e músicos que se alternam em diferentes projetos em comum. Aqui, ele fala ao BOLSA DE DISCOS sobre seu EP

Por: William Robson, editor

O músico Júnior Eterno está prestes a mostrar um novo trabalho que traz as fortes influências do rock nacional. Versátil, finaliza quatro músicas que conta com a força do rock da cidade potiguar de Umarizal e músicos que se alternam em diferentes projetos em comum. Integrantes das bandas Re-Legião, Cumadre Cristina, Comumraio, Sereníssima participam deste projeto.

Nesta entrevista ao BOLSA DE DISCOS, Júnior Eterno fala de sua carreira na música, que vem desde os anos 90, mas, que suas influências são de bandas anteriores a este período. O músico manteve projetos com forte ligação com a banda brasiliense Legião Urbana e todo o espírito de Renato Russo estará presente no EP, além, claro, de outros nomes importantes do rock nacional oitentista.

O trabalho, em processo de finalização, já tem dada para ser apresentado: 28 de junho. Também será divulgado no UZL Festival, que ocorrerá em agosto. “Este EP representa um resgate da minha origem artística”, afirmou, acrescentando que as músicas vão trazer forte conteúdo crítico, abordando temas políticos, religiosos e sociais.

 

Fale um pouco de sua carreira na música?

Olha só, minha trajetória musical começou no final dos anos 1990, quando ganhei meu primeiro violão do meu pai. No entanto, minha ligação com a música surgiu ainda antes disso — eu já compunha mentalmente, criando melodias e letras mesmo sem saber tocar um instrumento. Com o violão nas mãos, finalmente pude dar forma concreta a essas ideias. Desde o início, minhas composições carregam um forte conteúdo crítico, abordando temas políticos, religiosos e sociais. Algumas dessas primeiras canções estão presentes neste EP que estamos produzindo agora, o que representa um resgate da minha origem artística.

 

Interessante você entrar nesta questão do EP. Como surgiu a ideia da produção?

A ideia da produção do EP nasceu justamente dessa vontade de registrar músicas que, embora tenham sido compostas há mais de 20 anos, nunca haviam sido gravadas de forma profissional. Ao longo do tempo, alguns poucos registros foram feitos em apresentações ao vivo, especialmente na época em que eu fazia parte da banda Cumade Cristina, no início dos anos 2000, que executava algumas dessas canções. A oportunidade de registrar essas músicas surgiu por meio da Lei Aldir Blanc, através de um projeto de incentivo à cultura. Escrevi-me no edital com esse propósito e o projeto foi aprovado, tornando possível dar vida a esse material.

 

Os músicos de Umarizal, seus amigos, também participam deste projeto?

Sim. O EP está sendo produzido de forma colaborativa com músicos que fazem parte da minha trajetória. Dhiego Moura (meu guitarrista Dado) parceiro na banda Re-Legião — grupo que executa músicas autorais e também faz tributo à Legião Urbana — está participando da produção e gravações. Clívio Iago assume a bateria com maestria com apoio do amigo e também baterista Bruno Matheus dando uma ajuda. Joelson de Souto, que também fez parte da Cumade Cristina e da banda Sereníssima, está produzindo o EP e gravando as guitarras; atualmente ele também atua na banda Comumraio. Raphael Luiz, que assim como Joelson também integrou a Cumate Cristina e a Sereníssima, está tocando o baixo. Essa união de músicos que compartilham uma história comigo dá ao projeto uma identidade única, com camadas de experiência e autenticidade.

 

Você citou projetos que considerou tributos à Legião Urbana e até a banda Sereníssima, que é o título de uma das músicas da banda. A Legião é uma de suas influências mais fortes?

Musicalmente, minhas influências estão enraizadas no rock nacional dos anos 80, especialmente bandas em bandas, como a Legião Urbana. Mas, também incluo os  Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso e Titãs — grupos que marcaram minha adolescência e moldaram minha forma de compor.  Não digo apenas rock nacional. Também carrego influências de bandas internacionais, que ajudaram a definir minha estética musical ao longo dos anos.

 

Já há data para que o público conheça este seu trabalho?

A divulgação do EP já está em andamento. Temos até o dia 28 de junho para realizar a apresentação oficial do trabalho, que será feita em praça pública, aqui mesmo na cidade de Umarizal. A data exata ainda será definida, mas a apresentação está confirmada. O EP também será lançado nas plataformas digitais. Além disso, estamos preparando o show para o UZL Alternativo, festival que ocorrerá em agosto, onde também levaremos essas músicas ao público. Esses momentos serão fundamentais para compartilhar o resultado desse trabalho tão significativo e conectar as pessoas com a essência das nossas canções.