O futuro do Faith No More parece cada vez mais distante dos palcos. Em entrevista ao site Alternative Nation, o tecladista e cofundador Roddy Bottum afirmou que não há planos — nem disposição — para uma nova reunião do icônico grupo de rock alternativo e metal experimental.

“Acho que não. Não”, respondeu Bottum, de forma direta, ao ser questionado se consideraria voltar a tocar com a banda.

Segundo o músico, a decisão não parte apenas dele, mas reflete o sentimento coletivo dos integrantes:

“Não acho que ninguém esteja pronto para isso neste momento. Tínhamos um monte de shows marcados que acabaram cancelados por vários motivos, e o curso em que estávamos simplesmente não se consertou sozinho.”

Um ciclo encerrado

Bottum reconhece o impacto do Faith No More na história da música e acredita que o grupo já viveu seus melhores momentos.

“Fizemos um trabalho muito bom. Fizemos várias turnês de reunião e cumprimos o que nos propusemos a fazer. Claro que voltar significaria um grande salário, mas artisticamente acho que estamos bem com o que fizemos juntos.”

A banda não se apresenta desde 2016. Uma volta chegou a ser cogitada em 2021, mas os planos foram interrompidos após o vocalista Mike Patton revelar dificuldades de saúde mental agravadas pela pandemia — o que levou ao cancelamento das apresentações.

Legado de uma banda única

Formado em 1981, em San Francisco, o Faith No More consolidou-se como um dos nomes mais inventivos do rock alternativo, conhecido pela fusão ousada de metal, funk, punk, e até hip hop. Discos como “The Real Thing” (1989) e “Angel Dust” (1992) ajudaram a redefinir os limites do gênero e inspiraram uma geração de bandas que vieram depois.

O último álbum de estúdio, “Sol Invictus”, foi lançado em 2015 e marcou o retorno da banda após 18 anos sem inéditas — uma despedida à altura de uma das formações mais cultuadas do rock dos anos 1990.

Por ora, a mensagem de Bottum soa como um adeus discreto, mas definitivo: o Faith No More pode até continuar vivo na memória dos fãs, mas o palco parece ter ficado para trás.