O guitarrista britânico Eric Clapton surpreendeu o artista digital Hidreley Leli Dião, morador de Botucatu, interior de São Paulo. O músico pediu a Dião uma imagem de como estaria hoje Conor Clapton. O filho do compositor morreu aos 4 anos, após cair do 53° andar de um prédio em Nova York (EUA).
“Olá, Hidreley. Como está sua semana até agora? Conheci seu trabalho através de algumas mídias e achei incrível! Parabéns! Você poderia mostrar como meu filho estaria hoje com 37 anos? Vou enviar a imagem aqui. Aguardo seu retorno”, diz a mensagem (traduzida) enviada na terça-feira (20/6).
“É indiscritível a sensação que meu coração sente por poder realizar esses “encontros”, respondeu Dião.
Após a morte do filho, Clapton ficou recluso e compôs Tears in Heaven, um dos maiores sucessos de sua carreira.
As simulações digitalizadas de Dião, por meio de inteligência artificial, ganharam as redes sociais. A cantora Madonna já pediu algo parecido ao artista no ano passado: que ele recriasse o rosto da mãe dela, que também havia morrido.
“Deu vida”
Em entrevista ao Metrópoles, no ano passado, Dião falou sobre o seu trabalho. Ele contou que o primeiro projeto da série foi trazer personagens animados para a realidade, como se vivessem no mundo real. Segundo o artista, com um grupo de 20 imagens, ele teve milhões de visualizações, por meio das redes sociais.
Ele “deu vida” a personagens conhecidos dos Simpsons e a desenhos animados da Disney e da Pixar, entre outros. Ele também envelheceu personalidades que morreram mais jovens, trazendo-as para os dias atuais.
Nessa relação estão Elvis Presley, Marilyn Monroe. Mamonas Assassinas, Mussum, Renato Russo, Ayrton Senna, entre outros. Ele também faz a representação atual de figuras históricas como Zumbi dos Palmares, Monalisa e Frida Khalo.
Sobre o método utilizado nas artes, Hidreley contou que foi ele mesmo quem desenvolveu. Apesar de usar programas acessíveis, ele disse que usou do “jeitinho brasileiro” para trabalhar com o que gosta.
“O método utilizado para fazer as imagens, eu criei. Não estudei, não procurei tutorial, foi o jeitinho brasileiro. Não é novidade trazer figuras históricas para os tempos atuais ou com imagens reais, mas a minha intenção, por gostar muito de arte digital, era se aproximar muito da realidade. Muitas vezes as pessoas perguntam de são fotografias. A minha intenção é deixar o trabalho mais real possível”, afirmou ele.
“Uso programas como o Photoshop e alguns aplicativos do celular mesmo, como o Gradiente, mas é algo bastante intuitivo da minha parte. Foi um dom que apareceu”, completou na época.