A banda se chamava Deb and the Mentals e foi formada em 2014. Agora, com o nome abreviado para simplesmente DEB, o grupo paulista chega com disco novo e com um probleminha para resolver: fazer o álbum chegar aos ouvidos das pessoas. Contratempos no upload do trabalho nas plataformas digitais praticamente inviabilizaram o lançamento em 2023.
O problema foi solucionado e, embora tardio em relação às expectativas, vale a pena ouvir cada música de “Azul Catástrofe”, disco escolhido entre os melhores do ano pelo BDD. DEB expõe um som cru e revoltado, com fortes influências de clássicas bandas femininas, como Breeders e L7, ou mesmo o Hole. Talvez o espírito da banda de Courtney Love esteja mais presente no espírito do álbum.
“Compomos as letras em conjunto e compartilhamos nossas histórias pessoais para garantir que o álbum transmitisse 100% de nossa essência,” afirma o grupo formado pela vocalista Deb Babilônia, o guitarrista Ricardo Dom, o baixista Bi e o baterista Tony Fermentão.
Segundo entrevistas concedidas à imprensa, ao adotar apenas o nome DEB, a banda se propôs a eliminar qualquer risco de interpretação equivocada e desrespeitosa com relação ao capacitismo.
“Azul Catástrofe” teve a produção conjunta de Alexandre Capilé e Fernando Sanches, e foi lançado através do selo El Rocha Records, inclusive inclui parceria com Giovanna Zambianchi e Alexandre Capilé.
Vale lembrar que a DEB já tocou no Rio Grande do Norte. Foi a escolhida pela audiência para participar do line-up do festival Mada em setembro de 2017, na Arena das Dunas. Deb foi escolhida entre mais de 300 trabalhos inscritos na seletiva virtual organizada anualmente.
A vocalista Deb Babilônia (ela afirma que é sobrenome mesmo) concedeu entrevista exclusiva ao BOLSA DE DISCOS para falar, claro, do novo álbum e das pretensões para 2024 (e vem outro disco aí).
Fale um pouco da produção de “Azul Catástrofe” e das influências deste disco. Dá para notar algo muito forte dos Breeders, L7 e Hole, não é?
A produção ficou por conta de Alexandre Capilé e Fernando Sanches. Juntamos os nossos únicos dois produtores até hoje para fazer esse disco ficar bem especial! Quanto às influências, minha escola foi bem grunge/ anos 90, e dos meninos também os anos 90, como metal, post-punk, hardcore e por aí vai. Acho que dá para sentir um pouco de tudo escutando o disco, né?
Seu disco está entre os melhores do ano, mas houve problemas na divulgação. Pretendem relançar em formato físico, realizar shows para ampliar o alcance do álbum?
Sim! Infelizmente, nosso disco digital acabou sendo associado a um perfil gospel, e demorou para ser direcionado ao perfil correto. Além disso, nosso nome foi alterado e tivemos que criar outro perfil na plataforma digital, o que dificultou a migração dos ouvintes, entre outras coisas. Por enquanto, não temos planos para lançamento físico devido a questões de grana. Quanto aos shows, vamos tocar bastante e fazer uma boa tour!
Conte um pouco a história da banda.
O primeiro ensaio foi no fim de 2014. Gravamos um EP em 2015 com produção de Alexandre Capilé, que aliás, foi o primeiro disco que ele gravou e produziu. Apenas com o EP tivemos muita sorte e fizemos muitos shows em festivais pelo Brasil. Em 2017, lançamos o primeiro disco “Mess”, em inglês, e realizamos várias turnês, shows, além de tocar no estande da Doritos no Rock in Rio, entre outras grandes experiências. Poucos anos depois, ocorreram mudanças na formação da banda, com a saída do guitarrista Guilherme e do baterista Giuliano, e a entrada de Ricardo Dom na guitarra e Antônio Fermentão na bateria. Então veio o terceiro disco, todo em português, “Babilônia”, com produção de Fernando Sanches. E agora “Azul Catástrofe”, também todo em português, com produção de Capilé e Sanches.
Como vocês definem o seu som?
Difícil definir exatamente, mas vou tentar. Eu diria que é um som grunge com influências de post-punk/rock.
Quais os planos da banda para 2024?
Vamos fazer muitos shows, divulgar ao máximo o novo disco e já começar a pensar no próximo.