Acruviana

Hoje em hiato, a banda deixou um registro sonoro importantíssimo para a música mossoroense em seus anos de atividade

Por: Jean Lone

Resgatar a música autoral local é uma iniciativa muito valiosa e importante. A música autoral é aquela criada pelos próprios artistas, refletindo suas experiências, identidades e culturas locais. É uma forma de expressão artística única que merece ser valorizada e promovida. A música autoral local desempenha um papel fundamental na preservação e promoção da identidade cultural da nossa região e comunidade. Ela reflete as experiências, histórias e tradições únicas, oferecendo um olhar autêntico sobre a cultura e os valores dessa comunidade.

Dos palcos sonoros mossoroenses gostaria de estrear as minhas escritas neste importante espaço com a banda mossoroense Acruviana (hoje em hiato).

Também impulsionados pelo “boom” de bandas autorais que surgiram no final dos anos 2000 em Mossoró, e a vontade de cantar suas inquietudes, a banda começou a circular pela cidade. Nas vozes: Max Medeiros e Thomaz (Bob) Aquino, na bateria: Fred Nunes, no baixo: Advanir Reis, e na guitarra: Igor Jácome. Em 2014 ainda como projeto Revestrez já mostrava através de seu nome as influências e gírias locais adotadas.

Seria uma “reviravolta” sonora através das ótimas letras e melodias psicodélicas dançantes? Talvez sim, nos anos seguintes a banda entrou em estúdio, mudou seu nome para Acruviana, e em 2016 o seu primeiro registro foi lançado. “Primavera do Sertão” esboça o ar do rock nordestino cantado por causos vividos por seus membros e influenciados pelo melhor de cada um. Já se pode perceber as várias influências da banda já na segunda faixa, “Dizem Por Aí” tem rock pesado, for(róck), e ska, pedrada sonora para mostrar para o que banda veio, discão cheio com 10 músicas para embalar a cabeça de qualquer ouvinte já em sua estréia.

Nos anos seguintes a Acruviana se tornou uma das bandas mais ativas da cidade que expulsou lampião, tocando em todos os lugares possíveis, fosse no Beco dos Artistas onde criaram um público fiel em seus shows, praias, universidades, eventos dos movimentos sociais, em praças públicas, ou onde pudessem cantar suas vozes e instrumentos aflorados.

Em 2018 “Zé e a Paz Inquieta” veio ao mundo após uma pausa nas atividades em meados de 2017, a vontade de fazer música foi maior e os membros se reuniram novamente para cantarem seus corações. “Zé e a Paz Inquieta” recebeu reforço de peso com mais dois membros, nas vozes e nas guitarras, com a entrada de Adeilson (Deco) e Thiago Romero, “embebedados de alegria” e com mais um disco na mão, a Acruviana se apresentou em festivais importantes como Festival DoSol e em circuitos universitários.

Em 2019 com o videoclipe da música “Encruzilhada” indicado como videoclipe do ano no Prêmio Hangar de Música, a banda entra em estúdio mais uma vez para gravação de um single, sendo esse o último registro da até o presente momento. Em “Sereia” a banda mostra um lado mais aflorado instrumentalmente e mostrando um futuro bastante promissor. A Acruviana deixou mais que evidente um dos melhores potenciais surgidos na música autoral de Mossoró na última década.

Hoje em hiato, a banda deixou um registro sonoro importantíssimo para a música mossoroense em seus anos de atividade. Todo o seu catálogo está disponível nos meios de streaming da vida, basta apenas a curiosidade e uma busca rápida para o ouvinte se deleitar de suas músicas marcantes.