Bandas brasileiras

Formada por Rafael Panegalli (Chapecó–SC) e Daniel Araújo (Natal–RN), a banda nasceu do reencontro de dois músicos que já haviam dividido o palco na intensa Disaster Cities — e que agora, com maturidade e liberdade criativa, encontram na nova parceria uma forma de transformar o desgaste em arte

Por: Redação

Foto: Bruni Figueiredo

Das ruas cinzentas de São Paulo, onde o concreto pulsa ao ritmo do caos e da criação, surge Zagüaraz, um duo que faz da inquietação o ponto de partida para um som denso, honesto e sem amarras. Formada por Rafael Panegalli (Chapecó–SC) e Daniel Araújo (Natal–RN), a banda nasceu do reencontro de dois músicos que já haviam dividido o palco na intensa Disaster Cities — e que agora, com maturidade e liberdade criativa, encontram na nova parceria uma forma de transformar o desgaste em arte.

O resultado dessa fusão é “Talentos Inúteis”, primeiro EP da Zagüaraz, lançado pela Forever Vacation Records. Com seis faixas cantadas em português e dois videoclipes já disponíveis, o trabalho é uma imersão nas tensões da vida contemporânea, traduzindo em música temas como frustração, ansiedade, repetição e resistência.

Acabamos de lançar nosso primeiro EP, com seis faixas, junto de dois videoclipes que traduzem bem a energia e a identidade do projeto”, explica Daniel Araújo, também integrante da Monster Coyote, banda potiguar conhecida pela força de seu som.

Gravado e mixado no Estúdio Costella, sob a produção de Alexandre Capilé, o EP é o retrato de uma parceria em sintonia total. Entre guitarras ruidosas, batidas pesadas e letras afiadas, Rafael e Daniel encontram harmonia entre melodia e caos. O disco transita por influências que vão do industrial intenso de Nine Inch Nails e Death From Above 1979 ao peso moderno de Royal Blood, passando pelo disco punk e o post-hardcore, mas tudo com um DNA genuinamente brasileiro.

Zagüaraz, em ação: duo faz da inquietação o ponto de partida para um som denso, honesto e sem amarras (Divulgação)

Talentos Inúteis” soa como um grito de quem vive o desconforto de existir em estruturas que esvaziam o sentido das coisas — um álbum feito de sinceridade, onde cada faixa é um desabafo, uma tentativa de resistir pela arte.

É um disco cheio de vivência, de sinceridade e de emoção. Ao mesmo tempo, é o retrato de uma geração cansada, mas que insiste em seguir tentando viver da melhor forma possível”, resume a dupla.

Mais do que um debut, Zagüaraz nasce como um manifesto artístico: transformar o peso dos tempos em música, e a música em resistência.