A escritora paulista Thassiane Goulart acaba de lançar seu primeiro livro, “Saudade de Casa: Relatos de uma Desencaixada“, pela editora Minimalismos. A obra é uma exploração emocional e filosófica sobre temas como solidão, inadequação e a busca por um sentido em um mundo que muitas vezes parece hostil.
De caráter híbrido, a obra mescla contos, crônicas e ensaios, abordando temas como o sentimento de desencaixe, a desconexão com a natureza e a crítica ao sistema capitalista. O evento de lançamento acontece no dia 22 de fevereiro, às 10h, no Centro Cultural Santo Amaro (Av. João Dias, 822, bairro Santo Amaro), na Zona Sul de São Paulo.
Nascida e criada no bairro de Interlagos, na capital paulista, Thassiane encontrou na escrita uma forma de lidar com as dores do cotidiano e a transição para a vida adulta. A autora, que cursou Serviço Social na UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), mas não concluiu a graduação, passou por diversos empregos enquanto tentava conciliar a sobrevivência com a necessidade de expressar seus sentimentos. Foi em 2023, durante um ano marcado por reflexões profundas e acompanhamento psicológico, que ela decidiu transformar suas anotações em um livro.
O livro é um convite para que os leitores mergulhem em si mesmos e encontrem suas próprias vozes. “Escrevi sobre o que vivia no momento: isolada, confusa e reformulando o mundo ao meu redor. Queria desabafar e expressar minha verdade”, explica a autora.
Escrever para libertar e organizar emoções
Thassiane Goulart nasceu em abril de 2002, em São Paulo, onde vive até hoje. Trabalhadora comum que encontrou na escrita uma forma de se conectar consigo mesma e com o mundo, ela compartilhou suas reflexões inicialmente em uma página no Instagram chamada “desocultase”.
O processo de criação do “Saudade de Casa: Relatos de uma Desencaixada” foi intenso e profundamente pessoal. A autora conta que escrevia em momentos de necessidade gritante, seja no transporte público lotado, durante as madrugadas ou em intervalos de um trabalho que a deixava emocionalmente exausta. “Escrever foi a forma que encontrei de categorizar, externalizar e encontrar pessoas que quisessem ouvir. Hoje, o livro representa uma libertação de um período doloroso, mas esclarecedor”, afirma.
As inspirações da escritora vão desde grandes nomes da literatura até influências do cotidiano e da psicologia. Autores como Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Telles e Conceição Evaristo foram essenciais para o desenvolvimento de sua escrita, assim como a música e a poesia de Marina Diamandis. Além disso, a autora cita textos da psicologia complexa, como os da PsiCiclíca, e reflexões espirituais-sociais de autores como Leandro Proença e Janaina Portella.
“Minhas principais inspirações também são as pessoas que fazem parte da minha vida, que participam do processo de desvendamento do mundo ao meu lado”, completa.