Luto na música

Nascido em Richmond, Virginia, em 1974, D’Angelo revolucionou o som do R&B nos anos 1990 ao combinar o groove sensual do soul clássico com batidas eletrônicas e influências do hip hop. Seu álbum de estreia, “Brown Sugar” (1995), foi um marco do gênero e ajudou a consolidar o movimento neo soul, ao lado de artistas como Erykah Badu, Lauryn Hill, Maxwell e The Roots

Por: Redação

O cantor e compositor D’Angelo, um dos nomes mais influentes do neo soul, morreu nesta terça-feira (14), aos 51 anos, após uma longa batalha contra o câncer. A informação foi confirmada pela família à revista Variety.

Em nota oficial, os familiares do artista, cujo nome verdadeiro era Michael D’Angelo Archer, lamentaram a perda e pediram respeito à privacidade durante o luto:

“A estrela brilhante da nossa família apagou sua luz para nós nesta vida. Após uma batalha prolongada e corajosa contra o câncer, estamos com o coração partido em anunciar que Michael D’Angelo Archer, conhecido por seus fãs ao redor do mundo como D’Angelo, foi chamado para casa, partindo desta vida hoje, 14 de outubro de 2025.

Lamentamos que ele só possa deixar memórias queridas com sua família, mas somos eternamente gratos pelo legado de música extraordinariamente comovente que ele deixa. Pedimos que respeitem nossa privacidade durante este momento difícil, mas convidamos todos a se juntarem a nós no luto por sua partida, ao mesmo tempo em que celebramos o dom da música que ele deixou para o mundo.”

Um mestre do soul contemporâneo

Nascido em Richmond, Virginia, em 1974, D’Angelo revolucionou o som do R&B nos anos 1990 ao combinar o groove sensual do soul clássico com batidas eletrônicas e influências do hip hop. Seu álbum de estreia, “Brown Sugar” (1995), foi um marco do gênero e ajudou a consolidar o movimento neo soul, ao lado de artistas como Erykah Badu, Lauryn Hill, Maxwell e The Roots.

Com o segundo disco, “Voodoo” (2000), D’Angelo atingiu o auge da carreira, conquistando dois prêmios Grammy e reconhecimento mundial. O álbum, com sucessos como “Untitled (How Does It Feel)”, tornou-se um clássico moderno pela ousadia sonora e estética, influenciando gerações de músicos.

Após um hiato de quase 15 anos, ele retornou em 2014 com “Black Messiah”, um trabalho politizado e experimental, elogiado pela crítica e apontado como um dos grandes discos da década.

Um artista em plena criação

Em entrevista à Rolling Stone americana, em 2024, D’Angelo revelou que estava trabalhando no sucessor de “Black Messiah”. “Estou apenas começando”, disse o cantor na época, demonstrando entusiasmo com novas criações e colaborações musicais.

Luto e legado

D’Angelo deixa dois filhos e uma filha. A mãe de seu primeiro filho, a cantora Angie Stone, com quem teve uma parceria pessoal e musical, faleceu no início deste ano em um acidente de carro.

A morte de D’Angelo representa uma perda imensurável para a música contemporânea. Sua arte — que uniu espiritualidade, sensualidade e consciência social — permanece viva em cada nota de suas canções, que continuam a inspirar artistas e ouvintes ao redor do mundo.