Morreu aos 88 anos, na noite deste sábado, o sambista Ubirajara Félix do Nascimento, o Bira Presidente, fundador do Cacique de Ramos e um dos criadores do grupo Fundo de Quintal. O músico, que estava internado no Hospital da Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, enfrentava complicações relacionadas ao câncer de próstata e ao Alzheimer
Nas redes sociais, diversos artistas manifestaram pesar pela morte do sambista. A longa lista inclui nomes como Belo, Xande de Pilares e Marcelo D2, além de outros como Suel, Paula Lima, Vavá, o grupo Art Popular e Tiee.
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Mais velho de quatro irmãos, filho de um serralheiro e de uma mãe de santo, Ubirajara Félix do Nascimento foi criado em meio às rodas de samba que Seu Domingos, seu pai, o levava quando criança no subúrbio do Rio. Aos 7 anos, foi batizado na Estação Primeira de Mangueira. Conviveu com lendas do samba, como Donga, João da Baiana, Pixinguinha, Carlos Cachaça, Aniceto do Império, entre outros bambas, que eram amigos de seu pai.
Junto dos irmãos e de amigos, criou um bloco para pular carnaval na ruas de Ramos, “Os homens da caverna”. Depois, o grupo se fundiu com outros dois, um de Aymoré do Espírito Santo, e outro dos irmãos Sereno, Chiquita e Walter Tesourinha, chamado de Cacique Boa Boca. Nascia, então, em janeiro de 1961, o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos. Bira se tornou presidente do bloco, ocupação na qual se manteve até morrer.
Já no final dos anos 1970, Bira participou de um show no Teatro Opinião com um grupo de samba formado, no qual ele tocava pandeiro. Ubirany (repique de mão), Sereno (tantã), Almir Guineto (banjo), Jorge Aragão (violão), Sombrinha (violão) e Neoci (tantã) completavam o grupo. O show foi batizado de “Samba é no fundo de quintal”, mesmo nome do disco que lançaram em 1980. Era o início de um dos mais emblemáticos grupos de samba da história, que revelou, além dos integrantes originais, outros nomes que vieram depois, como Arlindo Cruz.
Cacique de Ramos
O estrelato do Cacique de Ramos veio por meio de Beth Carvalho, que gravou em 1978 o álbum De Pé no Chão. Em 2005, virou Patrimônio Cultural Carioca e, em 2012, enredo da Estação Primeira de Mangueira. Outro frequentador ilustre foi Zeca Pagodinho.