Luto na música

A morte ocorre após um período de semanas de preocupação entre fãs. No fim de setembro, Frehley sofreu uma queda em casa, o que o levou a suspender apresentações. Já em outubro, a situação se agravou, e o site TMZ informou que o músico estava mantido vivo por aparelhos, com um quadro considerado crítico

Por: Redação

O guitarrista Ace Frehley, integrante original do Kiss e um dos nomes mais emblemáticos do rock dos anos 1970, morreu nesta quinta-feira (16 de outubro) aos 74 anos. A informação foi confirmada pela família do músico em comunicado divulgado à imprensa americana.

“Estamos completamente devastados e com o coração partido. Em seus últimos momentos, tivemos a sorte de poder cercá-lo de palavras, pensamentos, orações e intenções amorosas, atenciosas e pacíficas enquanto ele deixava esta Terra”, diz o texto. “Guardamos com carinho todas as suas melhores lembranças, suas risadas e celebramos a força e a bondade que ele dedicou aos outros. A magnitude de sua partida é de proporções épicas e incompreensível.”

A morte ocorre após um período de semanas de preocupação entre fãs. No fim de setembro, Frehley sofreu uma queda em casa, o que o levou a suspender apresentações. Já em outubro, a situação se agravou, e o site TMZ informou que o músico estava mantido vivo por aparelhos, com um quadro considerado crítico.

O “Spaceman” do rock

Nascido em 27 de abril de 1951, em Nova York, Paul Daniel “Ace” Frehley começou a tocar guitarra aos 13 anos, influenciado por nomes como Jimi Hendrix e Eric Clapton. Antes da fama, conciliou a paixão pela música com trabalhos como carteiro, motorista de táxi e entregador.

Sua vida mudaria em 1972, quando respondeu a um anúncio de músicos que buscavam um guitarrista para um novo projeto. O grupo, formado por Paul Stanley, Gene Simmons e Peter Criss, se tornaria o lendário Kiss.

Com sua maquiagem prateada e a persona “Spaceman” (ou Space Ace), Frehley não só marcou o visual da banda como também criou o logotipo de raio duplo, um dos mais reconhecidos do rock mundial. Seu estilo de tocar — energético, melódico e cheio de efeitos — influenciou gerações de guitarristas.

Conflitos, carreira solo e legado

Ace Frehley deixou o Kiss pela primeira vez em 1982, em meio a conflitos internos e problemas com dependência química, mas seu impacto na formação clássica da banda é incontestável. Ele participou de 11 álbuns de estúdio, incluindo clássicos como Destroyer (1976) e Love Gun (1977).

Nos anos 1980, Frehley lançou o projeto Frehley’s Comet, com o qual gravou dois discos, além de consolidar uma carreira solo bem-sucedida. Em 1996, voltou ao Kiss para a turnê de reunião, permanecendo até 2002.

Em 2014, foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame ao lado dos outros três membros fundadores. Ao todo, lançou oito álbuns solo, sendo o mais recente 10,000 Volts (2024), elogiado pela crítica por resgatar sua sonoridade clássica.

A morte de Ace Frehley encerra um dos capítulos mais icônicos da história do rock. Sua guitarra, marcada por riffs incendiários e solos cósmicos, continua ecoando como símbolo da era dourada do gênero.

“Ace Frehley não foi apenas o Spaceman do Kiss. Foi o som do espaço no rock — e esse som nunca vai se apagar.”