Entrevista

Dewindson é muito conhecido do mossoroense como líder da extinta banda Raven Land nos anos 90, uma das mais importantes do metal na cidade naquele período. Agora tem outros planos em vista e em execução, como revela ao BDD

Por: William Robson, editor

O músico Dewindson Wolfheart, também conhecido como Lord Raven, é mais que um abnegado pela cena do metal brasileiro. É um incansável motor do estilo, seja promovendo bandas, seja lançando álbuns e novos projetos. O artista já atuou em Mossoró e hoje segue com trabalhos no Sudeste, como atuar como manager em turnês para algumas bandas gringas quando vem para o Brasil. “Tenho trabalhado para diferentes produtoras e com bandas internacionais”, explicou ao BDD nesta entrevista gentilmente cedida em meio à diversas atividades.

Dewindson é muito conhecido do mossoroense como líder da banda Raven Land nos anos 90, uma das mais importantes do metal na cidade naquele período. Agora tem outros planos em vista, como dar vida a trabalhos com sua banda Verloren, com disco que poderá ganhar versão física em vinil. “Espero que possamos lançar o álbum da VERLOREN e que possamos fazer vários shows pelo Brasil, mas principalmente lançar esse álbum na Europa e em vinil como foi a proposta recebida”, adiantou o música. Então, vamos ao bate-papo.

 

Como está a situação atual do Raven Land?
Olá William meu caro Raven! Quanto tempo! Primeiramente, muito obrigado pelo convite, poder falar para um público qual eu aprecio muito, o público de Mossoró e região Nordeste, embora o BOLSA DE DISCOS tenha um alcance muito maior a nível Nacional e até internacional.

A banda RAVENLAND teve grandiosas conquistas, que me emocionam relembrar, resumindo um pouco desses 28 anos aqui, após sairmos de Mossoró, migrarmos para São Paulo, trabalhamos com músicos de grande destaque no Metal Nacional como o Ricardo Confessori (Angra/Shaman) na bateria, Tommy Lindal (ex-Theatre of Tragedy da Noruega como guitarrista convidado), trabalhamos com produtores mundialmente conhecidos como o Waldemar Sorychta do Woodhouse Studios na Alemanha (Lacuna Coil, The Gathering, Moonspell, Samael, Flowing Tears, Therion) e com o Mika Jussila do Finnvox Studios na Finlândia (Sentenced, Nightwish, HIM, Poisonblack, Amorphis, Children of Bodon, Charon…), conseguimos contrato com um excelente selo Brasileiro (Freemind Records) e um selo internacional (Ravenheart Music da Inglaterra) para distribuição na Europa,  fomos a primeira banda de Gothic Metal do Brasil a ter um vídeo clipe lançado e vinculado na programação da MTV, além de outras TVs como a Multishow, Cultura, Rede NGT e Rede TV, também fomos a primeira banda brasileira do estilo Gothic Metal a ser capa de uma revista e ainda pôster, pôster gigante incluído em revista especializada de Rock/Metal  impressa e distribuída nacionalmente, além de termos figurado nas páginas das principais revistas como Roadie Crew, Rock Brigade, Rock Hard Valhala, Comando Rock… Fizemos grandes shows pelo Brasil, dividimos o palco com as principais bandas do estilo e que nos influenciaram no início de nossa carreira, como Moonspell, Tiamat, Theatre of Tragedy, Pain, Sirenia, Nightwish, Theatres des Vampires entre muitas outras… O que nos faltou, foi uma tour Européia para realizar o sonho de adolescência, mas em 2016, quando completamos 20 anos de carreira (a banda foi formada em 1996 na cidade de Mossoró), estávamos gravando o que seria nosso terceiro álbum, mas devido a mudanças na formação, resolvi mudar o nome da banda para Wolfheart And The Ravens, como uma continuação da Ravenland.
Desde 2017 então, iniciamos outra história com muitas conquistas também, gravadora Russa, coletâneas lançadas, outros vídeo clipes vieram, parcerias fodásticas, participações em tributos, participações internacionais, shows pelo Brasil, mas aí veio a pandemia, até conseguimos produzir algumas coisas nesse período, mas desde o ano passado demos uma pausa, o meu principal parceiro na banda, é um guitarrista da Alemanha que morava aqui no Brasil, mas ele voltou a morar na Europa, isso e outros fatores, fizeram-nos pausar a banda, temos um disco em processo de gravação, composto com 10 músicas. Pensei até em voltar lançando esse trabalho como Ravenland, o nome Wolfheart and The Ravens é muito longo rs.

Ouça

O projeto Verloren, com projetos em execução este ano

Tem algum projeto em vista, como tem sido a sua rotina musical?

Eu e o guitarrista Thiago Andúscias (ex-Nervochaos / Amazarak) temos um projeto de Dark Synth Wave há anos, mas estava parado devido as tours dele com o Nervochaos e meus compromissos com a Wolfheart And The Ravens, porém, após a  saída dele do Nervochaos e essa pausa da Wolfheart, focamos nesse projeto qual dei o nome de Verloren, são composições instrumentais do Andúscias com linhas melódicas de voz e letras criadas por mim, somadas à bateria do Victor Angellis (Ravenland), é uma banda que tem dado certo como power trio, num período de 5 meses lançamos o primeiro single “Black Constelation” em um festival nos Estados Unidos conhecido como Virtual Temple, poucos meses depois, lançamos o segundo single “Abdoction” fizemos um show de estréia no maior evento de cultura Pop e Horror da América Latina, a Horror Expo, estamos com 10 composições próprias, para finalizar faltam alguns detalhes de gravação de duas músicas, a mixagem e masterização de todas, também temos um selo Europeu interessado em lançar esse álbum na Europa em formato vinil, Estamos negociando já alguns shows pontuais para esse ano, em breve anunciaremos.

Fora isso, minha rotina também tem sido trabalhar como tour manager para algumas bandas gringas quando vem para o Brasil, tenho trabalhado para diferentes produtoras e com bandas internacionais como Samael, Cathedral, Uriah Heep, Accept, WASP, Mark Farmer, Theatres des Vampires, Visions Divine, Diary of Dreams, Tim Ripper (ex-Judas Priest) entre muitos outros…

Além disso, dou aulas de inglês para empresários, músicos, produtores de shows, youtubers e essa gama de profissionais que querem aprender inglês para arriscar uma carreira internacional.

Houve um tempo em que vc optou em seguir com carreira solo e músicos convidados. A perspectiva tem sido essa em sua trajetória?

Em 2016, a RAVENLAND estava passando por um momento difícil, meio que dispersos, dois integrantes, o guitarrista e o tecladista dividiam suas agendas tocando com o Armored Dawn, o baixista estava tocando com o Warrel Dane, indo fazer tour na Europa e o baterista tocando com o Pentacrostic,  naquele momento havíamos recebido um convite para participar da gravação de um LP na Europa tributo ao Bathory regravando uma música, eu falei para a banda, mas eles estavam sem tempo e sem o interesse de gravar por estarem envolvidos nesses outros projetos, então eu chamei um grande amigo, o Fábio Jhasko, (ex-guitarrista do Sarcófago) para gravar comigo e mais uma outra amiga, uma violoncelista, a Muriele, depois disso, para enviamos a música pro selo Europeu, eu perguntei ao Fábio como deveria se chamar o projeto, visto que aquilo não seria a banda Ravenland, então ele sugeriu chamar Wolfheart (que era o meu nome artístico desde o início da Ravenland), expliquei para ele que já existia um Wolfheart na Finlândia, então, como eu adoro corvos, e sempre chamo pessoas quem tenho grande apreço de “my Raven”, pensei que poderia colocar Wolfheart And The Ravens, assim, quem quisesse tocar comigo, gravar, participar, seriam esses amigos especiais chamados de Ravens, e terminou soando como uma carreira solo, alguns meses depois, os dois integrantes ficaram somente na Armored Dawn e o baixista não tinha tempo na agenda para continuar conosco, então, meio que deixei a Ravenland em stand by, decidi apenas gravar músicas separadas como singles, com participações especiais e ir lançando sem ser um álbum inteiro, não teria mais uma banda fixa porque também não pensava mais em fazer shows, mas depois do lançamentos dos singles, surgiram alguns convites para shows e bem legais, então, chamei o baterista da Ravenland, a vocalista feminina e continuamos com um guitarrista novo que convidei, um amigo antigo, o alemão Andreas (ex-Kamala), daí continuamos como se fosse a Ravenland, tocando as músicas da Ravenland já que eramos 3 integrantes da Ravenland com um guitarrista novo, adicionamos as músicas novas ao repertório, decidi então deixar o none Wolfheart and the Ravens ao invés de Ravenland.

Como você tem visto o cenário para as bandas de metal no Brasil?

Há 6 anos, atuo como co-host e correspondente internacional de uma rádio FM da Europa em um programa chamado SOS METAL radio show, onde nele, tenho a minha parte chamada “NAS ASAS DO CORVO” (conexão Brasil/Portugal), o principal objetivo nele é eu divulgar tudo que acontece no nosso cenário Rock/Metal Brasileiro, nele eu às vezes entrevisto alguns artístas internacionais quem admiro muito, mas o foco principal do programa é divulgar as bandas Brasileiras no continente Europeu, já que essa rádio FM tem um alcance para Portugal inteiro, Itália, Espanha, França e Sul da Alemanha, além de ser repetido semanalmente no Canadá pela Pure Rock Radio.

Então eu termino conhecendo bandas do Brasil inteiro, bandas que eu mesmo pesquiso, outras que me enviam material, faço uma espécie de seleção para incluir um single na programação semanal, dentre essas eu vejo semanalmente uma que tem grande potencial de carreira, para poder fazer uma entrevista de capa para ela, então quase que toda semana tem entrevistas ou lançamentos de singles, notícias e agendas de shows das bandas Brasileiras, divulgação de tours de bandas internacionais no Brasil e tudo mais que posso incluir como algumas reviews de shows ou discos…

Das bandas novas que tenho conhecido, eu destacaria a Throw me to the Wolves, Alchemia, Pantáculo Místico, Living Metal, 0 Carlos Zema com suas duas bandas, Ego Abscence, Hall of Gods, The Darkness Foundation, Obskure, Black Pantera entre muitas outras que eu destacaria aqui, mas minha memória falha agora. Posso dizer quais são as minhas favoritas, Project 46, Crypta, The Mist e

O que está em execução neste ano em termos musicais para você e para o cenário também?

Para mim, espero que possamos lançar o álbum da VERLOREN e que possamos fazer vários shows pelo Brasil, mas principalmente lançar esse álbum na Europa e em vinil como foi a proposta recebida. Espero poder levar o som da Verloren pelo país a fora, a logística é melhor por se tratar de um power trio.

Para o cenário Nacional, vai ter bastante shows e festivais ao longo do ano, festivais grandes e que provavelmente trarão muitas bandas gringas clássicas como o Summer Breeze que está trazendo o Mercyful Fate e entre quase 60 bandas, boa parte delas são brasileiras, isso me anima muito. Fora outros festivais mais underground que não param de ser anunciados pelo país, então, para o Metal, o ano é bastante promissor.

Bom, agora eu gostaria muito de agradecer a você Willian Robson, por seu imensurável e preciosíssimo apoio ao nosso trabalho sempre, desde o começo da RAVEN LAND, você foi o primeiro repórter a nos dar espaço em um Jornal regional respeitável como o Gazeta do Oeste e ainda por cima com uma larga distribuição física pelo país, quero agradecer não somente pelas minhas bandas, mas pela cena Mossoroense inteira que você sempre apoiou e muito, com certeza seu nome está fincado na bandeira do Rock/Metal Nacional. Obrigado e sucesso para o BOLSA DE DISCOS, orgulho de figurar seu site/blog.