Mariana Da Cruz abriu caminhos ao sair de sua cidade natal, Campinas (SP), para levar sua origem e sua música aos palcos da Europa. Atualmente radicada em Berna, na Suíça, a cantora e compositora afro-brasileira dá início a um novo projeto, no qual sintetizadores, sequenciadores e drum machines ganham destaque, os baixos massageiam o corpo e as letras ficam mais diretas. Dando início, o single e videoclipe da dançante “Chata” com participação de Magugu, rapper nigeriano conhecido entre os brasileiros por suas colaborações no coletivo de funk, Heavy Baile.
“Chata” surgiu logo após um show em Paris, no qual Mariana e a sua banda, Da Cruz, ouviram uma brasileira reclamar de uma pessoa ser muito chata, usando a palavra repetidas vezes. A situação cômica misturou com a genialidade da cantora que logo escreveu a letra e juntou com os instrumentos, batidas eletrônicas e a rima do Magugu.
“Fomos bem pragmáticos na escolha do primeiro single: é a música que mais nos faz dançar. Os próximos singles vão ser mais políticos, poéticos e experimentais. Mas a ideia de explorar minhas raízes afro-brasileiras através da mais recente black music contemporânea está presente em todas as músicas do novo álbum.” conta a cantora.
O som que é resumido em música brasileira afro-urbana, começa pelo Gqom sul-africano, passa pelo Baile Funk brasileiro e vai até o Shatta caribenho (um tipo de dancehall alternativo da Martinica e Guadalupe e que está super na moda na França). Também há elementos do Kuduro angolano, do Phonk, do Trap e outros estilos da nova música de clube africana.
Já o clipe, vem para contrapor a afirmação de que somos chatos com cenas como as modelos dançando na sala de comando de uma usina nuclear e cantando num jardim com plantas perigosas. Tudo isso, foi criado e colaborado por programas de IA, produzido e gravado pela dupla Ane Hebeisen e Mariana Da Cruz.
Assista:
Visando o desenvolvimentos da música negra moderna, Da Cruz prepara mais um lançamento que trata dos efeitos de longo prazo do colonialismo, das revoltas sociais atuais, da apropriação de terras dos povos indígenas no Brasil ou, simplesmente, do amor e da salvação em tempos tensos. “Chata” é o início da sequência de lançamentos que dará espaço para o álbum “Som Sistema”, marcado para janeiro de 2026.