De Bauru (SP), surge um dos projetos mais inventivos da cena alternativa contemporânea. Criada por Henrique Gomes em 2023, Marimbondo nasceu como um experimento entre música, vídeo e artes gráficas, mas rapidamente se consolidou como um manifesto artístico independente, que desafia rótulos e convenções.
Em pouco mais de dois anos, o grupo lançou uma sequência impressionante de trabalhos: Oi, Henrique! (2023), Memorial (2024), A Plenos Pulmões (2024), Pitanga (2025) e o EP Jabuticaba (2025) — todos compostos, gravados e produzidos pelo próprio Henrique, com identidade visual assinada em parceria com Pedro Nali. O próximo passo já está em andamento: o álbum Embaço (2026), do qual já foram apresentados os singles “Vem!”, “Cafuné”, “Laranja com Sal” e “Sunyata”.
Do quarto para o palco
A Marimbondo opera à margem dos circuitos tradicionais. Cada álbum nasce em um ambiente doméstico, em um processo que une autonomia criativa e experimentação estética. Mas o som que começa no quarto de Henrique ganha corpo nos palcos. Os shows no Bar Ubaiano, em frente à UNESP Bauru, têm atraído plateias lotadas e se transformado em encontros intensos da cena independente local.
Além dos shows elétricos, o grupo também aposta em versões acústicas e intimistas, como as apresentações realizadas no Pavão Cultural (Campinas/SP), reafirmando a versatilidade de um projeto que transita entre o lo-fi, o punk, a MPB e o pop-rock experimental.
“A independência, pra gente, não é um status — é uma necessidade vital”, explica Henrique Gomes. “Marimbondo se constrói no desvio, no ruído e na recusa das formas fixas.”
Um som entre o sonho e o ruído
Formada por Henrique Gomes (voz e guitarra), Leandro Santhiago (baixo) e Vitor Mugnol (bateria), Marimbondo faz de sua sonoridade uma espécie de manifesto. O trio trabalha no contraste entre a delicadeza e o caos, entre o intimismo e o experimental, criando atmosferas que evocam tanto a tradição da canção brasileira alternativa quanto o espírito livre do rock independente.
O mais recente disco, Pitanga (2025), sintetiza esse espírito — um álbum de pop-rock experimental que mescla melodias sensíveis e camadas ruidosas, enquanto abre caminho para o futuro Embaço (2026), que promete acentuar o caráter lo-fi e punk do grupo.
Com uma trajetória marcada pela coerência estética e pela recusa aos padrões de mercado, Marimbondo segue como um dos nomes mais interessantes da nova música brasileira — um projeto que faz da autossuficiência uma forma de arte e da liberdade um instrumento musical.
Discografia resumida:
Oi, Henrique! (2023) – colagem sonora, música eletrônica caseira
Memorial (2024) – rock alternativo
A Plenos Pulmões (2024) – MPB lo-fi
Jabuticaba (EP, 2025) – colagem sonora, música eletrônica caseira
Pitanga (2025) – pop-rock experimental
Embaço (2026, em produção) – pop-rock experimental
