O planeta deu mais uma volta — e quem girou o eixo dessa vez foi o Baianasystem. Nesta quinta-feira (13), direto de Las Vegas, o grupo baiano subiu ao palco do Grammy Latino 2025 para receber o prêmio na categoria “Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa”, com o disco O Mundo Dá Voltas.
A vitória veio ao fim de uma disputa de peso, ao lado de nomes como Maria Beraldo (Colinho), Tó Brandileone (Reações Adversas / Ao Persistirem Os Sintomas), Djonga (Quanto Mais Eu Como, Mais Fome Eu Sinto!) e Jadsa (Big Buraco). Competição acirrada, mas foi a sonoridade inconfundível do Baianasystem — essa fusão de guitarra baiana, percussão ancestral e uma eletricidade moderna que só eles dominam — que ressoou mais forte no palco da premiação.
Ao receber o gramofone, Roberto Barreto, fundador da banda, levou para o microfone a energia e o pertencimento que marcam o projeto desde o início.
“Somos de Salvador, na Bahia, somos uma das únicas bandas que existem ainda nesse formato. A gente acredita muito na música coletiva e esse é um disco coletivo. Queremos agradecer a força dos tambores e da música afro-baiana, dos blocos afros e do afoxé”, declarou, em fala registrada pelo G1.
A consagração no Grammy não apenas reconhece o experimentalismo e a firmeza estética do grupo, mas também reafirma o papel do Baianasystem como um dos projetos mais inventivos da música brasileira contemporânea.
O troféu coroa a pesquisa musical que atravessa o Atlântico, dialoga com o futuro e mantém viva a pulsação da Bahia — sempre em movimento, sempre em resistência, sempre em festa.
Com O Mundo Dá Voltas, o Baianasystem prova mais uma vez que sua música é ponto de encontro: entre ritmos, tempos, territórios e pessoas. Uma obra que, como a própria banda, se recusa a ficar parada — e que agora carrega, de forma oficial, o selo dourado de uma das maiores premiações da música mundial.
O mundo gira, sim. Mas, quando é o Baianasystem que toca, a rotação é outra.
