A segunda noite do Festival MADA 2025, realizada no sábado, 18 de outubro, na Arena das Dunas, em Natal (RN), começou com a abertura dos portões, às 19h. O clima já começa a aquecer quando, às 19h50, Guto Brant inicia o seu show numa pegada de som experimental/pop. Guto é mineiro, natural de Belo Horizonte, e atua não só como cantor, mas também como compositor e produtor musical cuja obra vale a pena conferir.
Dez minutinhos depois do Guto subir no palco do Gramado da arena, estreia a segunda noite do badalado Baile da Amada, com o Cheiro de Queijo, de Maracanaú, Ceará. Esta apresentação é um verdadeiro espetáculo que conta desde as influências do circo, inclusive rola palhaçaria; até a cultura de rua e rap.
De volta ao gramado da arena, às 20h40, é chegado o momento da banda do bairro Bom Pastor, considerado como região “periférica” de Natal. O Sourebel estava em casa e deu conta do recado soltando um reggae de peso. A participação e empolgação do público que cantava e dançava em coro potente provavelmente deve ter chamado a atenção até mesmo dos desavisados que transitavam por ali. O grupo tem potencial e é bem provável que tenha futuro promissor. Às 21h15, o reggae continuou ecoando, desta vez, no palco do Baile da Amada com a apresentação de Edgar, que embalou o público que já lotava lugar.
Quinze muito depois tem início, desta vez no gramado da Arena, mais um show de artista potiguar. A cantora, veterana no festival Mada, Potyguara Bardo trouxe uma apresentação vibrante e consistente e ajudou a consolidar a ideia de que a música dos grupos em Natal continua resistindo bem.
Às 22h20, chega o momento da diva baiana Rachel Reis. Ela se apresentou com um vestido estonteante que evidenciava as curvas do seu corpo e as mangas longas davam um ar de plasticidade etérea. Rachel apresentou os sucessos de Meu esquema (2022) e também do mais recente Divina Casca (2025), envolvendo um sucesso após o outro a grande plateia que já se aglutinava. Após a apresentação, tive a oportunidade de entrevistá-la com exclusividade para o BDD. Acompanhe o material completo em breve, no site do Bolsa de Disco.
Já passava das 23h30, quando os integrantes da consagrada banda Baiana System causaram tremedeira no solo da Arena com a alta potência do seu som. Baiana já é atração conhecida no Mada e pelos fãs do evento. Com jogo ganho, Baiana cumpriu aquilo a que se propõe e demonstra fôlego ao conseguir se manter durante tanto tempo no topo dos melhores shows de bandas brasileiras da atualidade.
Já passava de 1h da manhã quando a diva das divas Liniker pisou no palco principal do Mada. A banda que acompanha a cantora é gigante, conta inclusive com quatro backing vocals. Os sucessos do seu trabalho mais recente, Caju, foram acompanhados em coro pelo público que se encontrava inteiramente entregue ao poder magnético da cantora.
Às 2h30, tem início o último show nos grandes palcos do Mada e a apresentação de encerramento desta edição não poderia ser mais especial. Mano Brown se apresentou para uma uma plateia menor que a de Liniker, mas trouxe um show redondo, dividido em blocos bem delimitados, separando os diversos trabalhos do artista. Durante toda a apresentação, imagens de efeito eram exibidas em grandes telões de led. No palco, um balé demonstrou o potencial do trabalho solo do Mano Brown, Boogie Naipe (2016). Em seguida vários sucessos do consagrado grupo Os Racionais mexeram com a nostalgia dos fãs.
Enquanto tudo isso acontecia no gramado da Arena, no “Baile da Amada” a música eletrônica/urbana parece ter encontrado o seu lugar no mundo, pois o cenário era íntimo, lâmpadas piscando, gente dançando por horas. A alternância entre momentos de show “de palco” e momentos de festa “pista” fez a noite fluir com muitos “picos”.
Destaques musicais do Mada 2025
Alguns momentos que ficaram marcados:
Liniker mostrou por que é quem é. Ela conseguiu tocar a plateia de maneira intimista mesmo fazendo um espetáculo grandioso. Mano Brown trouxe mix de baile black e rap numa apresentação histórica! A Baiana System e a Marina Sena cumpriram o que se espera desses artistas. Don L mostrou os seus beats em fusão com teor político e performance de palco. Os artistas natalenses Sourebel e Potyguara Bardo defenderam com vigor e talento a música realizada em solo potiguar.
Em relação ao Baile da Amada, destacamos verdadeiras pérolas que vão desde a competência dos DJs, como também aos nomes grandiosos, mesmo não sendo “mainstream”, que passaram pelo palco do Baile da Amada como: Jadsa, que super brilhou na primeira noite do Mada, assim como Irmãs de Pau; Brisa; Afreekasia; febem; Taj Ma House e tantos outros.
