Imagem: O cubano Roberto Fonseca, que tocou no segundo dia do Mimo (Myrna Barreto/BDD)
O segundo dia do Mimo festival já começou quente com a apresentação do vencedor do Prêmio France Musique–Sacem, o saxofonista e compositor francês Samy Thiébault. Para o seu concerto em Olinda foi apresentado o trabalho mais recente “In Waves” que faz uma fusão sonora entre o jazz contemporâneo com as tradições do Caribe, da África e da música francesa moderna. O show, apresentado no início da noite, na Igreja da Sé, foi marcado por vários momentos de aplausos efusivos da plateia envolvida pelo improviso e competentes execuções dos músicos.
O segundo show da noite de sábado, começou antes das 22h, na praça do Carmo que já começava a ficar lotada. Esta atração veio da Ilha de Guadalupe (departamento ultramarino francês no mar do Caribe, a sudeste de Porto Rico) e em formato de trio os franco-caribenhos do Delgrès fizeram ecoar o blues, rock e sons caribenhos fundindo numa projeção sonora que desde as primeiras músicas já pareceu conquistar a plateia.
A terceira atração musical que acompanhamos foi um dos dois grandes shows da noite. A talentosa e potiguar Juliana Linhares sobe no palco principal do festival Mimo comprovando ser dona da coroa de sua realeza artística. O show Nordeste Ficção, já maturado artisticamente após o sucesso de longa turnê, foi executado com perfeição e Juliana pareceu envolver a todos que ali estavam. Juliana dedicou o seu show de sábado ao artista Hermeto Pascoal, falecido há poucas horas. Inclusive a produção da Mimo também prestou homenagem ao grande bruxo da música.
O último show da noite trouxe o som característico dos salões cubanos para o Carmo e fez a plateia bailar vigorosamente. Ele é Roberto Fonseca, multiinstrumentista e virtuoso ao piano, ganhou experiência inclusive em carreira internacional desde 2001, com a orquestra de Ibrahim Ferrer e, em seguida, compôs a formação do renomado Buena Vista Social Club.
Roberto Fonseca ostentou um setlist digno dos salões de baile de Havana dos anos 1950. Este é o seu espetáculo mais recente com base no álbum, “La Gran Diversión” (2023). Durante a sua apresentação músicas brasileiras foram tocadas e mesmo de maneira incidental fez o público reconhecê-las e responder de maneira alegre e efusiva.
Na tarde do domingo, 14 de setembro, às 16h, no convento de São Francisco, em Olinda, Roberto Fonseca participa de uma roda de conversa onde deve falar sobre a sua carreira, Cuba, jazz e os seus diálogos globais. Certamente estaremos acompanhando tudo e traremos os detalhes para o Bolsa de Discos junto com a cobertura do domingo, último dia do Mimo festival.
Até mais!