Imagem: O cantor inglês Morrissey, em show no Rio de Janeiro, em 2018 — Foto: Marcelo Theobald
O ex-vocalista da banda inglesa The Smiths, Morrissey, anunciou que está colocando à venda todos os seus direitos financeiros e criativos relacionados ao grupo britânico. A operação inclui sua parte nos direitos autorais das composições, nas gravações e em outros ganhos associados ao catálogo da banda, segundo informações divulgadas pelo jornal americano New York Times.
De acordo com o músico, a decisão tem como principais razões a exaustão com as associações a seus antigos colegas de grupo, que ele acusa de agir de má fé, além de preocupações com sua própria saúde. Morrissey relata que a pressão emocional e os conflitos constantes teriam se tornado insustentáveis.
“Já tive o suficiente de associações maliciosas”, escreveu Morrissey, de 66 anos, em um post intitulado “Uma alma à venda”. “Com toda a minha vida paguei meus devidos tributos a essas músicas e a essas imagens. Agora gostaria de viver desvinculado daqueles que não me desejam nada além de má vontade e destruição, e esta é a única solução.”
Os Smiths foram uma das bandas mais influentes da década de 1980, dissolvida em 1987 após desentendimentos principalmente entre Morrissey e Marr. Desde então, o vocalista lançou 13 álbuns solo. Em 2024, ele revelou ter recebido uma proposta de turnê mundial com Marr para 2025, mas o guitarrista teria recusado a oferta.
Além da venda dos direitos, Morrissey reforçou seu papel central na trajetória da banda, destacando que foi responsável por elementos como o nome do grupo, os títulos de músicas e álbuns, artes gráficas, melodias vocais e letras. Para ele, sua contribuição é fundamental para a identidade artística dos Smiths.
Em janeiro, Morrissey escreveu que havia “uma mudança midiática óbvia para me apagar como a essência central dos Smiths.
“Isso não pode funcionar porque fui eu quem inventou o nome da banda, os títulos das músicas, os títulos dos álbuns, as artes, as melodias vocais, e todos os sentimentos líricos vieram do meu coração”, escreveu ele, acrescentando: “É um pouco como dizer que Mick Jagger não teve nada a ver com os Stones”.